Foi assistindo esse vídeo, aos 13 anos que ouvi Cramps pela primeira vez. Fiquei para em frente à TV vendo um homem de salto alto e roupa de látex vermelha. Me apaixonei por Lux Interior.
Ontem ao receber a notícia que ele tinha morrido na manhã do dia 4 comecei a chorar sem parar. Chorei ouvindo The Cramps a manhã toda. Eu nunca verei ao vivo banda mais foda que já existiu no mundo. Veja bem, o mundo tem dezenas de bandas boas. Mas The Cramps não é só uma banda "boa". The Cramps é tudo o que o rock deveria ser.
Em sua pura essência, Cramps resgatam o princípio do rock e o transformam na coisa mais selvagem do mundo da música. Não há letras corrosivas, depressivas, importantes. Sua música fala de monstros, de drogas, de mulheres de biquini segurando metralhadoras. E de garotas peladas rolando pelas escadas.
O rock fazendo o que deveria fazer: eu dançar convulsivamente e não me importar com mais nada além disso. Porque deveria? Isso é rock&roll PORRA!
Exaltaram essa loucura até o último grau da fodelança. Dezenas de bandas surgiram por causa deles. Não há como classificar exatamente o som que fizeram. É rock, rockabilly, é punk, é freak, é surf, é demente.
E ontem, enquanto eu bebia em um bar às 5 da tarde, tocou Cramps na rádio sintonizada nas caixas de som. E eu novamente, chorei sem parar. E ouvindo Cramps agora chorei muito mais uma vez.
Pra mim é como se Elvis tivesse morrido de novo.
Se Elvis é o Rei, Lux Interior é o Arquiduque do rock.
Por causa dele, eu vou amar rock pelo resto de minha vida.
Não descanse em paz Lux. Just keep on rocking.
Desculpem, vou chorar de novo.