26 de abr. de 2006

Blonde Ambition


Aos catorze anos pintei minhas longas madeixas castanhas (eram castanhas? já não me lembro) de loiro. Havia algo em Marylin, em Madonna, em Deborah Harry e nas strippers de Las Vegas que me encantava. A loirice pode significar muitas coisas para uma menina nerd de catorze anos, talvez uma demonstração de poder, ambição e biscatisse. É, toda loira tem um quê de biscate. Calma, sua mãe pode ser loira, não estou ofendendo, mas é verdade. Talvez a senhora sua mãe seja uma mulher inteligentíssima mas com um quê de "fatality".

Olhe para todas as loiras da humanidade. Qual delas foi um gênio? Não me recordo de nenhuma. Não me levem à mal, mas loira foi feita para ser "uma lôra". Eu, então com 17 anos, notei que ser sumariamente chamada pelas ruas de "ô lôra" não me agradava. Então parti para outras gamas de cores.

Inclusive roxo, até recentemente.

Agora cá estou eu novamente,sete anos depois, sob a influência nórdica e dos tubos de imédia excellence loiro cinza ultra-claro.
Estou estranhando, devo admitir. Não olho no espelho e me reconheço com essa coisa loira em cima da minha cabeça. Já recebi o carinhoso apelido de "raposa do ártico", o que não é tão ofensivo. Quando estava com o cabelo meio roxo, meio loiro, meio laranja e meio *&¨*% me chamaram de "ratão da pradaria". Houve melhoras, vamos convir.


O fato é que não me acostumo com a cor dos meus cabelos. Talvez seja um distúrbio de personalidade, um novo quadro psiquiátrico a ser pesquisado ou simplesmente a eterna dúvida feminina focada somente (e com força total) na massa de queratina sobre meu crânio.
Já brinquei de uni-duni-tê em lojas de cosméticos, frente aos tubos de tinta, algo como "que cor de cabelos eu terei nos próximos dias?" Oh o mistério! A aventura ao secar os fios cheirando a amônia e ver o resultado de sua mais recente imbecilidade. Como um playmobil de uma criança indecisa, minha peruquinha vive sendo trocada e destrocada.

Não posso negar que é divertido.

Até que meu cabelo caia.