3 de jul. de 2007

Meio e Mensagem

Talvez este seja um post suicida.

Calma lá que não vou arremessar meu corpo de uma janela. Não fisicamente. Eu estou arremessando meu corpo para fora de todas as janelas de todas as agências de propaganda que valeria a pena trabalhar (ou não) neste estado (e consequentemente país).

Ontem fui a um evento de publicitários. Premiação de mídia, realizada por um grande jornal brasileiro. E foi uma merda. Foi uma merda não a premiação em si, afinal, essas coisas são iguais em todos os lugares. Mas , ahn, enfim.

Depois da entrega, claro, veio a festança. Uma escola de samba adentra os portões, seguida pelas batidas eletrônicas sampleadas das músicas MAIS PODRES possíveis, retiradas diretamente do último cd Technopan by Luciano Huck. Juro. Era doentio.

Na verdade, eu espero, do fundo do meu coração, que as pessoas ali não façam parte das equipes de criação. Eu espero que as equipes de criação não freqüentem este tipo de ambiente. Me senti em uma "balada de micareteiro". Um monte de sujeito com a camisa pra dentro, suados, enchendo a cara de whisky Ballantines e dançando aquela música horrenda. Como se não houvesse amanhã.

Me lembrei das festas de publicitários que "visitei" quando morava no interior. Eram idênticas, salvo trocar o sotaque paulista pelo caipira. As moças do atendimento batendo o cabelo para os lados descontroladamente, o povão aproveitando a boca livre de salgadinhos de massa folheada, os sujeitos mais velhos tentando arranjar alguma coisa com as moças que batem cabelo e uma quantidade exorbitante de homens bêbados feito gambás e vestidos como vitrines da Brooksfield. E muito gel no cabelo. Ou pomada, se forem moderninhos.

Não suporto festas de publicitários em geral porque elas só me deixam frustrada. E depois de ontem, onde haviam pessoas das maiores e melhores agências do país, fiquei pior ainda. Fui com a vã esperança de conhecer pessoas de outras agências. Porque, aqui é "all about who you know". E eu não conheço ninguém.

Mas se conhecer pessoas de outras agências é ouvir uma cantada do tipo "me dá um autógrafo?", eu prefiro fazer um outdoor com a minha cara gigante, fazendo sinal de positivo e escrito em letras garrafais "E aí, precisando de uma redatora? Tamos aí!". E depois colocar em frente a todas as agências de São Paulo.

E nem me façam citar a parte que funcionários das agências foram chamados para discotecar. Só digo que eram as agências mais fodinhas do mercado, com seus representantes mandando músicas do naipe de uma versão "téquinodance" de Off The Wall do Pink Floyd. Juro por todos os átomos do meu corpo.

Triste realidade minha gente, muito triste.