16 de ago. de 2006

Soletre "cérebro"

Zumbis espertinhos que sabem soletrar. Quem disse que comer cérebro não faz bem pra cabeça?


Zombie Letters from e-zombie.com


Eu já disse que adoro zumbis?

Pois eu adoro zumbis. Mesmo que a existência deles vá contra toda a lógica da biologia.

Meu momento wikipedia:

Pela ordem do vodu ou (Voodooo, com uma voz cavernosa), uma pessoa morta pode ser ressucitada por um Bokor ou um Mambo. Antes que você pense que qualquer cadáver levante quando vê alguém dançando um mambo caliente, vamos esclarecer: Bokor é um macumbeiro mor, o que faz magia negra, poções malignas e ocasionalmente, uma feijoada aos sábados. Já Mambo é a versão feminina do pastor de mandingas. Ela faz as mesmas coisas que o Bokor, só ocasionalmente, aos sábados, recebe a Pomba-Gira e canta músicas da Maria Bethânia no tanque.

Voltando ao assunto: "Zombi" também é o nome de uma cobra sagrada lá no Congo. Não sei se continuam rezando para uma cobra gigante por lá, mas um país chamado Congo já me parece bem interessante, cheio de macacos gigantes, serpentes que soltam lasers pela boca e pequenos nativos cor de ébano cantando aioê-aioá o dia todo.

Voltando ao assunto (prevejo que ainda vou sair dele algumas vezes) no ano de 1937 uma pesquisadora de folclore haitiano encontrou um caso estranho: Uma mulher chamada Felícia-Felix Mentor (bonito nome para um pet) que vagava pela cidade meio zureta, batendo a cabeça pelos postes, pedindo um trocado até para cachorros, babando pelo canto da boca e falando sozinha. A pesquisadora então ouviu os comentários da vizinhança e ficou estarrecida: Aquela senhora que eu ou você confundiríamos como um simples caso de "tiazona loka da cachassssa" era na verdade um Zumbi. Vejam só, Felícia havia morrido há 30 anos (e alguém tinha esquecido de enterrar). A pesquisadora misteriosamente não conseguiu nenhuma prova científica que a mulher em questão era mesmo um Zumbi, mas a palavra de um senhor haitiano de 89 anos, sem dentes e com um sério caso de surdez merece ser relevada.

Já está assustado? Já vai dormir de luz acesa? Espere assustado amigo, ainda tem chão haitiano pela frente.

Muitos anos depois (nesse meio tempo os pesquisadores esqueceram onde ficava o Haiti e foram pesquisar os mistérios da Índia), um canadense chamado Wade Davis, que além de canadense também era botânico (esses canadenses...), estudou a farmacologia dos Zumbis. Ele conheceu (não me pergunte onde) um negão chamado Clairvius Narcisse (haitianos e seus nomes exóticos) que dizia ter sido um Zumbi e agora estava livre. Entusiasmado com o fato de ter em sua frente um autêntico Zumbizão forte, másculo e viril, o canadense Wade passou a investigar a história de Narcisse. O ex-zumbi dizia que ao ingerir um pó estranho morreu e foi enterrado. Dias depois foi desenterrado, comeu uma pasta esquisita (haitianos comem qualquer coisa) e durante 3 anos foi mantido como zumbi em uma plantação de cana. Ele não se lembra de nada, e dizia estar vivendo em uma constante alucinação. Depois que o dono da plantação morreu, Clairvius voltou ao normal.

Wade, que além de canadense era botânico e super brilhante, chegou à fabulosa conclusão que a causa da zumbizisse vodu eram poções mágicas.
Pois em 1982 publicou o livro "The Serpent and The Rainbow", que explicava a farmacologia das poções. Para fazer um zumbi você precisa de duas receitas. Uma chamada "coup de poudre" (será que servem no El Bulli?) que causa a morte momentânea e contém tetrodoxina, que é uma toxina encontrada no peixe do sushi mortal chamado Fugu (conhecido aqui como baiacú). Depois o zumbi é mantido com doses períodicas de um pó alucinógeno.

Bom, meu assustado amigo, zumbis não existem. O que existe são haitianos drogados em estado de amnésia e catatonia induzidas por toxinas.

Ou seja, aquele mendigão ali debaixo da marquise pode ser chamado de zumbi.

Assim como nosso querido presidente.