18 de dez. de 2006

Merecedor

É, Natal está aí e o ano se esvai. Você que acompanhou este blog pode conferir minhas opiniões (nem sempre muito bem-aceitas) sobre o mundo e as pessoas que passam nele (além de coisas aleatórias e engraçadinhas).

Pois é. O que se sabe da minha pessoa é que eu sistematicamente não suporto brasileirice, lulice, burrice... Mas a minha falta de amor por este país acaba revoltando as pessoas. Algo como "mas Sarah, você não gosta de nada brasileiro?"

Amigos, eu não só gosto, mas tenho verdadeira adoração por uma figura mítica brasileira. Um homem que apesar das convenções e dificuldades,se sobressaiu como um grande ser humano e figura de cunho social importantíssimo.

Este homem nasceu no subúrbio carioca, estudou em colégio interno e tornou-se especialista na mecânica da complexa engranagem chamada alma humana. Escurraçou o preconceito por ser um homem negro e pobre. Ele soube se mostrar sensível e muito capcioso. Sua malícia e pensamento rápido se postava em todos os aspectos de seu trabalho, que ficou famoso ao redor do mundo.

Homem de muitos talentos, não se contentava em seguir uma das artes , mas sim se dividia produzindo várias delas. Um sonhador, um artista, um poeta, comediante e profundo conhecedor dos sentimentos mas etéreos da humanidade.

Pertenceu às Forças Armadas durante a adolescência, algo que admiro profundamente, já que sempre acreditei que o exército de um país é quase que o alicerce de uma nação. Este homem lutou pelo seu país e representa em sua essência uma pureza de caráter inabalável.

Sua destreza com as palavras o permitiu inovar a própria língua portuguesa, criando uma narrativa peculiar que o acompanhou até o dia de sua morte.

Este homem atingia com sua sabedoria, homens, mulheres, crianças e velhos. Todos sucumbiam aos seus encantos, sendo impossível não sentir ao menos uma lufada de regozijo apenas ao olhar para ele. Um brasileiro meus amigos. Sim, eu sou capaz de admirar algo brasileiro.

Posso chamar este homem de Machado de Assis da modernidade. Ele simboliza o homem que conhece seus limites, mas não teme ultrapassá-los.

Antônio Carlos Bernardes Gomes.


Mumú da Mangueira.

Mussum.