Estava em um boteco esse fim de semana. Enquanto um magrelinho de gorro tocava músicas do Djavan para o povo se esbaldar com os espetinhos de contra filé e linguicinha apimentada, no telão, uma luta de vale-tudo embalava os espíritos dos boêmios. Eu lá, tentando desviar meus ouvidos daquela música de péssimo gosto, fiquei observando marmanjos se espancarem no ringue do Pride ( para os desavisados, o tal "orgulho" é nome do campeonato de vale-tudo).
Eu não entendo aquilo. Os caras ficam se esfregando no chão, xoxando a sunga suada na cara do outro, se abraçando, trocando suor, alguns socos, mais suor, puxões e torções, e de repente estão fazendo um 69, suor de novo, olho no olho, testa na testa, coxa na coxa, senta na cara do outro...
Notem que na altura, o Ryu bate NA COXA do Sagat. E que nem esse short roxo prejudica a macheza de um cara com uma cicatriz que corta o tronco inteiro e ainda usa um tapa-olho selvagem.
Até a falta de comunicação lógica do Blanka é mais classuda do que a dos lutadores de Vale-Tudo.