6 de jun. de 2007

Corega?


Reunião no escritório. Chamaram um produtor do estúdio de som "precisamos pensar em um jingle". Briefing. "É para o público feminino B e C, mas creio que não gostaria de fazer nenhum forró ou samba ou sertanejo, eu sei, estou querendo demais, mas ..."

Eis que o senhor me interrompe, o produtor de jingles, começa a falar e coloca a mão na minha coxa. "Tudo bem" eu penso, "tem gente que fala pegando nas outras é normal". Aí eu continuo falando e lá ele me interrompe. Mão na minha coxa mais uma vez. Okay, okay amigo, não curto esse tipo de intimidade, mas estamos em uma reunião, não vou ser desagradável vou apenas lançar meu olhar fulminante de ódio e desprezo.

"E eu creio que o jingle poderia contar uma historinha, penso realmente que poderia ser com vocal feminino, aquela coisa..."

O senhor me interrompe, e lá está ela, mão besta na minha coxa. Ele deve ter quase 60 anos, os dentes amarelados, voz esquisita. Fala olhando para minha cara, meio sorrindo, eu desvio o rosto e olho pra mão dele na minha coxa e olho de novo na cara dele. Com "aquela cara de cu" peculiar. Ele tira a mão e pára de falar.

Durante a reunião ele colocou a mão em mim vezes seguidas e vezes seguidas eu queria pegar minha caneta e enfiar naquela mão idiota, acertando bem no meio dos nervos e ver aquele senhor tarado sangrando. Mas, obviamente não fiz isso.

Minha vingança foi sutil. Começou uma indagação sobre o produto e eu fiz uma colocação:
"Bom, para aplicar o produto as donas de casa deverão chamar um TIOZÃO qualquer. Esse TIOZÃO terá passado por treinamento. Já preparamos o material para o TIOZÃO, como vídeos e coisas assim"

E senhor olhou para mim e repetiu "TIOZÃO"?

Eu disse "é tiozão".

Pelo resto da reunião o senhor parou de colocar a mão em mim. Quando foi embora, sentiu medo inclusive de me dar um aperto de mão.

Que se fodam esses tiozões desavergonhados.