10 de jul. de 2007

Pombando

Agora há pouco, eu na rua com minha amiga. Fomos almoçar em uma padaria. O único lugar vago era uma mesinha na calçada. Eu não gosto de me sentar na calçada porque há muito barulho de trânsito e pessoas passando ao meu lado, que, invariavelmente, olham para ver o que eu estou comendo. E isso é desagradável.

Mas enfim, eu estava faminta e com pressa. Fizemos os pedidos.

Eis que ela me aparece. A maldita pomba manca.

A pomba tinha uma pata atrofiada e outra normal. Andava toda torta, catando lixo do chão. Descendo para o meio da rua. Voltando pra calçada. Eu não conseguia parar de olhar para maldita pomba. Revirando minha cabeça , eu visualizava o passado da pomba, batalhadora e manca, havia conseguido chegar até ali, no Itaim Bibi. Venceu na vida. A pomba manca é a prova viva de que "quem tem um sonho chega lá". Mas a pomba nada mais é que um pássaro imbecil, que é conhecido como "rato voador". E é imbecil, já disse. A pomba ficava a poucos centímetros de ser atropelada por ônibus e motos. E aquela patinha defeituosa. Ela se arrastava e o ônibus bi-articulado quase a esmagava. Eu olhava a pomba sem parar. Mordendo a ponta dos dedos. Virando a cabeça para não ver a tragédia. Cutucando o saleiro para ver se me distraía com outra coisa.

Começou a me dar nervoso, faniquito, vontade de berrar "porra pomba idiota, morre logo ou sai daí". E passei meu almoço paranóica com uma pomba manca.

Eu preciso de férias. Urgente.