19 de dez. de 2007

Eu, a cachorra e o CPU

Estou trabalhando em casa há um mês. Antes de trabalhar em minha residência eu pensava "imagina que ótimo, ter meus próprios horários! Poderei ir ao banco, ao médico, ao mercado, sem pedir autorização!". É uma grande verdade. Mas é bem verdade que trabalhar em casa enche o saco. Eu tenho prazos para entregar o que me pedem, e gente gritando pelo MSN não é muito melhor que gente gritando na vida real. Emoticons falam comigo agora.

O mais estranho é que eu faço todas as refeições em frente ao computador. Como correndo, meio digitando meio pensando, meio babando nos teclados. Isso eu não fazia antes. Imaginava que em casa eu realmente cozinharia. Não. Não dá.

Minha cadelinha, a pequena schnauzer Debbie Harry, tenta me fazer companhia. Pula no meu colo e não me deixa trabalhar, lambendo minhas mãos, minha cara, meus óculos. Acabo por enxotá-la quase sempre. Coitada.

Como moro em um cruzamento de avenidas muito movimentadas, daqui acompanho o trânsito paulistano que tanto me irritava. Adeus trânsito. Eu só ando a pé agora. Tudo perto de casa, coisas para fazer é que não faltam.

Mas no fim, acabo ficando trancada aqui, trabalhando. E fumando. Muito. Aumentei minha taxa de nicotina em cerca de 60%.

Portanto, eu acho que a gente sempre acha um motivo pra reclamar de trabalho, seja ele qual for e onde for. Veja bem não que eu seja folgada. É apenas uma convenção do ser humano.