16 de jan. de 2008

Toma um Serenus


Sabe aflição? Aquela sensação que aparece de repente e você não consegue controlar seus arrepios de raiva?


Eu tenho aflição de uma porção de coisas, e elas se transformam em pequenas paranóias do dia a dia. Eu já não sou a pessoa mais calma desse mundo, e para eu ficar irritada bastam 15 milésimos de segundo. Quando paro para prestar atenção e começo a contabilizar coisas patéticas que me irritam, vejo que eu deveria tomar uns tapas na cara, Sabe aquela cena de filme, famosa onde a moça em descontrole é estapeada enquanto alguém grita "pare com isso, recomponha-se!"? Eu merecia muitas dessas. Só que com uma chave inglesa bem dada nos dentes.

Vejamos o que me aflige....

Gente comendo feito um animal: Okay, eu perdôo se o sujeito estiver sentado na sarjeta comendo uma "maumita". Ele não precisa entender muita coisa de etiqueta. Agora, em restaurante, eu sou insuportável. Não posso ver gente que não sabe usar faca, mulher enfiando uma peça de alface inteira na boca, povo que mastiga com a bocarra aberta, que é pra voar bastante arroz em volta. Somos seres civilizados, eu não preciso ver à distância o que o sujeito enfiou dentro da boca, aquela massa mastigada mexendo pra lá e pra cá. Isso é nojento. Tenho vontade de arremessar um garfo na jugular. Ou chegar e dizer "Oiiii, larga o garfo, enfia logo a cara nesse macarrão e manda ver. Porco chafurda mesmo".

Pessoas que se equilibram na cadeira: Uma das coisas que mais me incomodam é ver alguém ficar balançando sobre os dois pés traseiros da cadeira. Eu já vi muita gente cair, bater a cabeça e quebrar dentes fazendo isso. Uma vez eu estava em pé e um rapaz caiu em cima de mim porque se achava o malabares da cadeira. Ou compra uma cadeira de balanço, ou vai pro circo meu bem. Malabarista frustrado é o meu c**.

Pessoas lentas em corredor de shopping: vai me subindo um ódio mortal quando aquele casalzinho adolescente começa a andar lentamente, ou o bando de tias de meia idade ficam parando de vitrine em vitrine. Eu ando em linha reta, corredor de alguns shoppings é estreito e fica aquela massa de imbecis segurando o caminho. Eu começo a chegar por trás, vou quase grudando na retaguarda forçando uma aceleração. Geralmente me perguntam "ai, tá com pressa?". Não, imagina, é que eu quero te encoxar aqui mesmo. 

Taxi fedorento: Táxi não é busão. Eu estou pagando uma quantia razoável em dinheiro para ter conforto ao me locomover do ponto A ao ponto B. Já entrou em táxi catinguento? É uma das coisas mais nojentas do universo. O cara está geralmente ouvindo aquela rádio ótima de musica popular, com as caixas estouradas. Lá dentro tem um pouco de tudo: jornal de 1998, garrafa de água vazia, sacola de supermercado, objetos estranhos entre o tapete carcomido. O odor é uma mistura de suor com desodorante Avanço, fluído de motor e cinza de cigarro. Como eu sou uma pessoa que atrai a fodelança, eu quase sempre pego táxi fedorento em dia de chuva. Que é pra manter os vidros fechados, sem ar e sem vontade de viver. 


E a lista poderia continuar por páginas e páginas. Ser assim não facilita em nada as coisas. Meu irmão me diz que meu nervosismo é tão patético que ele acha engraçado. Quanto mais nervosa eu fico, mais ele ri da minha cara. E isso também me irrita profundamente.